Morro do Cruzeiro em Ararica

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No dia 30 de janeiro de 2010 fizemos uma viagem bem legal com a companhia do nosso ilustríssimo Patrick, aproveitando que ele 'estava na área' se preparando para o vestibular da UFV. Na foto, da esquerda para a direita, minha irmã Marilene, Patrick, eu, minha esposa Kleideane e Naim, guia local e irmão da Kleideane, ao lado do cruzeiro. Poucas pessoas têm ido à este pico, motivo pelo qual enfrentamos trilhas fechadas. Esta é uma caminhada relativamente curta e muito interessante para ser realizada num único e divertido dia.
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Começamos a caminhada com o sol já bem forte. Também pudera, essa galera não parava de comer na Pousada Dona Eva. E depois 30 Km de estrada de chão até a base da pedra, saindo de Bom Jesus do Madeira e chegando à região do Brigadeiro e Ararica, mais ao norte.
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Então os últimos preparativos para início da jornada ao Morro do Cruzeiro; observe pela foto acima o cruzeiro no cume da montanha, nosso destino (clique nas imagens para ampliar).
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A caminhada começa na antiga Pousada do Hannover, um falecido senhor que era muito querido na região. A primeira parte da subida, a pior a meu ver, atravessa um pasto descoberto. É cansativa, sobretudo quando o sol insiste em castigar a moleira.
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Ao adentrar a mata o filtro solar natural ameniza a insolação e a brisa refresca como um eficiente sistema de ar condicionado. A trilha ascendente exige de nossos músculos e articulações.
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Algumas pausas na caminhada são necessárias, afinal ninguém é de ferro. Dois pontos de parada obrigatória são cruzamentos com a nascente que desce pelo vale, com água puríssima vinda do parque e muitas borboletas.

A trilha estava bem fechada na metade final do trecho de mata. Muitos galhos e as terríveis criciúmas deixaram o Patrick com a aparência de açoitado. Neste trecho contei as façanhas do bandeirante Arzão e sua tropa, adentrando as matas da Zona da Mata mineira. O risco de ataque dos Botocudos era um dos maiores temores para o bando, que ficou meses sem ver o horizonte tamanha era a densidade das matas. Ao chegar na região da atual cidade de Araponga encontraram os Arrepiados, índios Puris que usavam o cabelo amarrado formando um coque no alto da cabeça, alguns cobertos por um manto com penas. Os bandeirantes encontraram ouro de aluvião. Arzão voltou ao litoral carregado em uma rede, ardendo em febre. Alguns historiadores dizem que ele faleceu depois desta aventura.

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O final da trilha é uma escalaminhada num local com mata de altitude bem característica do parque, com pequenos arburtos contorcidos. Dali podemos visualizar o interior do PESB, com patrimônio natural mais conservado, principal reduto dos monocarvoeiros ou muriquis.
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Chegando ao cruzeiro fizemos um merecido lanche e assinamos o livro de cume.
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Pela face sudeste do Morro do Cruzeiro vemos a imponente rocha Saco do Bode, o vale do Córrego do Brigadeiro e o infeliz limite da devastação humana. Fomos até uma mina d'água no alto da pedra mas estava praticamente seca. Começamos então a descida pois nossa água estava prestes a acabar.
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A descida nos reservou uma surpresa. Uma pequena jararaca cruzava o caminho, incrivelmente mimetizada pela folhagem, no momento em que Kleideane passou. Depois do susto acabamos de sair da mata e paramos num pé de manga para adoçar nossa vida. A parada seguinte foi na Cachoeira do Valter para um merecido relax.
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Abaixo um vídeo (legendado) da caminhada na mata e do engraçado encontro com o filhote de cobra. Minha irmã ficou um pouco assustada: ãh, é grande!
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