Onda de Pedra (5º VIsup 180m)

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Texto: Sandro Souza - sandro_souza@yahoo.com / Fotos: Cássio Lopes
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Uma via de escalada 'jovem' de 11 anos de idade e já se tornou uma clássica. Seria por sua beleza ímpar, suas passadas técnicas ou o sentido de aventura que ela nos desperta?
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O campo base fica na Pousada Serra D’água, uma aconchegante instalação estrategicamente situada no meio do vale da Serra das Cabeças em Araponga - MG. Da pousada, com algumas orientações, é possível chegar ao início da trilha na Pedra do Elefante em 5 minutos de carro
por um cafezal e outros 10 minutos à pé. A trilha segue o caminho da água de enxurrada e ao tocar a pedra sobe até um platô batizado de base 1 onde as sapatilhas de escalada devem ser calçadas. Em terreno mais inclinado segue até um longo platô de onde começa a escalada propriamente dita (base 2).
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Quem for realizar a escalada deve ter bom conhecimento do uso de equipamentos móveis e ser capaz de escalar até 6º.
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O primeiro esticão segue uma fenda larga. Do início do segundo esticão já dá pra ver a formação que dá nome à via: um oco na rocha que parece uma onda do mar quebrando em forma de tubo. E o melhor é que a via passa exatamente por dentro da 'arrebentação'. Olhando para fora, os retalhos e furos de sua borda deixam passar luz formando figuras interessantes.
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Depois de sair do tubo a dificuldade aumenta seguindo um diedro. A saída do terceiro esticão é o trecho mais difícil: a parede é bem vertical e com agarras e abaulados bem pequenos para apoio. Depois disso a via ainda reserva mais um rápido trecho emocionante e a chegada ao cume vai ficando cada vez mais fácil.
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A vista é muito bonita. De lá é possível ver os dois lados da serra, a mata logo abaixo que abriga algumas espécies de macacos, a vizinha imponente Pedra do Mamute com a via mais difícil do local, Lagarto Tirano, e à noite até mesmo as luzes de Viçosa.
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Deve-se levar água suficiente, lanterna, casaco e um anorak ou capa impermeável pois o tempo pode virar repentinamente já que as nuvens que trazem ‘novidades’ normalmente vêm de trás da montanha.
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Sua conquista foi em Junho de 1999 por Flávio A. Rolim e Sandro R. A. de Souza, em uma empreitada que se estendeu por alguns meses e com a colaboração de Paulo Pozza, Aguinaldo Manoel Jr., Cássio Lopes e Renato Baltar. A ascensão foi feita no melhor estilo possível, isso é, tentando aproveitar ao máximo as possibilidades de proteções que a rocha oferecia, desta forma preservando para o próximo aventureiro um pouco do gosto de explorar uma parede em sua forma original. Este é o sentido que justifica o montanhismo para muitos escaladores, a aventura limpa.
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